sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Em verdade, em verdade vos digo
Que a rota se abriu
O medo ao perigo
Finalmente ruiu
Especial o treino
Do coração impera
Abriu a feira da primavera
E cheira a algodão doce
E como é bela a noite habitada
Em que se escuta
A clara guisalhada
Dos gestos sensuais
Queremos mais,
Queremos sempre mais`
É a fome ancestral
Da maçã proibida
Cansados de cansar
Nos entranhamos
Em ondas de ternura comovida
E de amavio
E abraçados ou não
Despedimos o frio...

Á noite fala baixinho
Como fazes a rezar
Nas ondas do teu carinho
Eu quero me afogar...
 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

          A G O R A
                         V
                         E


Não querer nada
Calma e grave
Asa fechada
De ave
Repouso azul de espuma
Sem abraço
O pensamento uma
Provincia do espaço...
Abrir um ninho sobre cada olhar
E incubada de eu
Uma a uma as penas alisar
Como quem beija um filho que morreu...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Os anos passam e fica
Nas veias a sementeira
De uma colheita tão rica
Como se fosse a primeira
Será que o estado de graça
Em que julgamos pairar
Nos perturba e nos disfarça
As nevoas do acordar?
Seremos nós tão sinceros
Que na margem do perdão
Para sermos verdadeiros
Temos de dizer que não?


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um dia tu saberás
O que é um amor perfeito
É ter-te, onde não estás
Aqui, bem dentro do peito


De corpo e alma

Acalme-se o povo
Que agitado grita
A festa é
Da portuguesa estreia
De quem não colhe mas semeia
O perfeito sentido do dever…
Prendas de sol
Depois da tempestade
Abrem o rol
Da felicidade.
Está no país
A força da raiz
Que enlaça a terra
Em união antiga!
E que não haja alguém mais que me diga
Que é o fim
Muda-se a vida 
Com um único sim…