quarta-feira, 11 de julho de 2012

Medusa

Agora que a palavra
É o vetor dileto
Dos voos outonais
Em seu explendor
Há um cometa raro que está perto
Das queixas e da dor...
Não há palavra chave
Não há ferrolhos
Seca o vento
O suplicar dos olhos
Numa expressão lasciva
Tentadora
- Toda a promessa é mais que sedutora
É um chão
No Sião
Feito em rubis!
E tudo...
Tudo
O silencio ocupa e usa
Numa cabeça forte de Medusa
Que aponta em pedra
A expressão feliz...

FRAGIL

Radiante manhã
De um dia de calor
Do céu, o azul caindo
Como uma chuva de cor.
Pequeno, abandonado
Um pássaro arquejava
No relvado...
Desço aflita ao jardim
(chamaria por mim?)
Deitei-o em minha mão
Com jeito maternal
Uma bolinha de penas
Duas patinhas pequenas
Um coração a bater
Naquele ninho ocasional...
Até que enfim sossegou
Com um ligeiro tremor...
Abri um rasgo no chão
Com ternura e comoção
Cobri-o com uma flor...
Com a alma agora presa
A uma antiga certeza
Regressei então a casa...
É sempre uma tristeza
Enterrar uma asa!!!