sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Dalila

Um ímpeto feroz
Me alimenta a gula
Como me vês
De uma raça obscura
Que entre os becos de mim
Se transfigura
Em perfil de cordel
Que em atoarda se fez
Ser secular e madura
Como uma esfinge de grés
A afogar em mistério
O incauto caminhante
Mais singular do que sério!
Tornar real o preço da emoção
Que encaracola a aura
(Prata-lei)
Arrebatando a carga sensual
Dos joelhos unidos, macerados
Dos contrastes gelados
Que inventei...
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Há fomes
Que se alimentam de si mesmas
Com palavras e esquemas
Parasitas
Por isso o ímpeto pode ser sagrado
E derrotar para sempre o mau olhado
Das pragas imprevistas...
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Ser como a lua que respira fundo
Por saber que o luar
Não sendo seu
Não serve nunca
Para enganar
O Mundo...


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