segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Nevoeiro!

Os garfos da noite
Enleiam
A curvatura do monte
Rasgam, rasgam
Despenteiam
A franja do horizonte
podem gemer as ovelhas
E pender as oliveiras
Ilusões nunca são velhas
São únicas e primeiras
Dá-me força... Dá-me força
Gelo que tanto vagueias
Dá-me a graça das estreias
Que a vida ás vezes, concede
: - Uma neve protetora
Que dá mais do que o que pede...
Pelos ossos da palavra
Dá-me a certeza do risco
Da missão inacabada
Em que há tantos anos fico
Sorrateira... levezinha
Estreitando a dimensão
De uma confissão só minha
Que não espera perdão
Depois de tanta crueza
Deixa-me no nevoeiro
Inconformada e presa
A um inverno inteiro...

*********

Neste cílicio fremente
que corta o destino ao meio... 

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