A face do silêncio é paisagem
Arde em branco geada nos telhados
Chegam da vida os ecos abortados
Musgo rasteiro fino e instalado
Há carrilhões soando pelos ares
Dão-nos tudo na boca dos olhares
Não nos deixando esquecer
Mundos e fundos...
Quem se preze resiste
E constrói seus mundos
Criando a utopia pessoal
Só fica do passado
Remorso ou saudade vida residual
Que nos mantém presentes
Nos actos reticentes
Invernais
Quando nos deixareis dormir adormecer
Euros Obama Alzheimer e Natais?
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Regresso
Deslocada, exilada
Emigrante de mim
Voltando à terra sinto-a acordada
De um sono longo, letárgico, sem fim...
(-Quando eu nasci
Em branda hora de lua
A minha Mãe, que já não está aqui
Levou-me ao rio Tua
e disse: -, é para ti
Nele lavarás os sonhos
Minha filha
Nas suas margens te farás mulher
Das ilusões constrirás a ilha
Onde só volta quem o merecer...
Segui o rio, vim parar ao mar
Mas fiquei transmontana no falar
Na claridade da saudade viva
Na franqueza
E na lírica, proféctica, atitude
De me manter fiel à Natureza!)
A ponte ardia em luz
O firmamento escuro
Perdia-se, alastrando pelo mundo
E o povo, tão bonito!
Extasiado
Dava, sem saber
A sua força ao mito
De permanecer:
O mito da raiz
Dos cerros e dos montes
Do olival feliz
Das hortas e das fintes
Das romarias quentes dos sentidos
E outras
Em que corpos e almas são erguidos
Na tradição que encerra
A ancestral beleza desta terra!
( -Regresso agora já gasta do esforço
De uma vivência longa, entretecida
De netos e de risos
Alegorias, lutos, solidão
Ajoelho no chão
E, comovida
Retomo essa magia
Dos loiros anos em que tudo é novo
E sinto a alegria
De ser povo
De pertencer a esta gente boa
Que luta por um sonho que lhe é caro
Pois nunca poderá haver Lisboa
Que valha uma Senhora do Amparo!)
Emigrante de mim
Voltando à terra sinto-a acordada
De um sono longo, letárgico, sem fim...
(-Quando eu nasci
Em branda hora de lua
A minha Mãe, que já não está aqui
Levou-me ao rio Tua
e disse: -, é para ti
Nele lavarás os sonhos
Minha filha
Nas suas margens te farás mulher
Das ilusões constrirás a ilha
Onde só volta quem o merecer...
Segui o rio, vim parar ao mar
Mas fiquei transmontana no falar
Na claridade da saudade viva
Na franqueza
E na lírica, proféctica, atitude
De me manter fiel à Natureza!)
A ponte ardia em luz
O firmamento escuro
Perdia-se, alastrando pelo mundo
E o povo, tão bonito!
Extasiado
Dava, sem saber
A sua força ao mito
De permanecer:
O mito da raiz
Dos cerros e dos montes
Do olival feliz
Das hortas e das fintes
Das romarias quentes dos sentidos
E outras
Em que corpos e almas são erguidos
Na tradição que encerra
A ancestral beleza desta terra!
( -Regresso agora já gasta do esforço
De uma vivência longa, entretecida
De netos e de risos
Alegorias, lutos, solidão
Ajoelho no chão
E, comovida
Retomo essa magia
Dos loiros anos em que tudo é novo
E sinto a alegria
De ser povo
De pertencer a esta gente boa
Que luta por um sonho que lhe é caro
Pois nunca poderá haver Lisboa
Que valha uma Senhora do Amparo!)
terça-feira, 12 de novembro de 2013
--- ALOR ---
PERDIDA NO SILENCIO DA COUTADA
AVE CANORA, Á QUAL O ALOR FALTA.
COBERTAS PELA RAMADA
AS ASAS, NA ÁRVORE MAIS ALTA.
NÃO CANTA, NÃO VOA E NÃO FINGE
SEU GEITO CIRCULAR, MARCANDO O NINHO,
UM SER AMORFO QUE JÀ NÃO ATINGE
A SENSUAL FRESCURA DO CARINHO...
VOO CORTADO PELA INTRANSIGENCIA
DE UM SONHO QUE AFINAL ERA TÂO SÉRIO!
CAIEM NO CHÂO AS PENAS DESPREZADAS
DA ULTIMA ILUSÃO
E DO MISTÉRIO...
O SEU LAMENTO AINDA ESTREMECE
DENTRO DA LUZ
QUE LENTA A ANUNCIA
SÓ TEM O QUE MERECE
QU M TODO SE ANUNCIA...
AVE POETA
DA VIDA FAZ LIÇÃO
POIS TARDE DESCOBRIU
QUE A LINHA RETA
JAMAIS VENCE A RAZÃO...
ESPERA AGORA... SÓ... DETERMINADA
O TIRO MAIS CERTEIRO DA COUTADA!!!
AVE CANORA, Á QUAL O ALOR FALTA.
COBERTAS PELA RAMADA
AS ASAS, NA ÁRVORE MAIS ALTA.
NÃO CANTA, NÃO VOA E NÃO FINGE
SEU GEITO CIRCULAR, MARCANDO O NINHO,
UM SER AMORFO QUE JÀ NÃO ATINGE
A SENSUAL FRESCURA DO CARINHO...
VOO CORTADO PELA INTRANSIGENCIA
DE UM SONHO QUE AFINAL ERA TÂO SÉRIO!
CAIEM NO CHÂO AS PENAS DESPREZADAS
DA ULTIMA ILUSÃO
E DO MISTÉRIO...
O SEU LAMENTO AINDA ESTREMECE
DENTRO DA LUZ
QUE LENTA A ANUNCIA
SÓ TEM O QUE MERECE
QU M TODO SE ANUNCIA...
AVE POETA
DA VIDA FAZ LIÇÃO
POIS TARDE DESCOBRIU
QUE A LINHA RETA
JAMAIS VENCE A RAZÃO...
ESPERA AGORA... SÓ... DETERMINADA
O TIRO MAIS CERTEIRO DA COUTADA!!!
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Regresso
DEIXAS-ME POR VIVER
REGRESSO SEMPRE AO LUGAR
EM QUE DESCIAS
COMIGO
A RAMPA DO SILENCIO
HÀ QUE MORRER MATANDO
SE COMPRAZ
O LENTO RESPIRAR DA PAZ
NO PENSAMENTO
SÒ FALTA ADIVINHAR
COMO PARAR
O TEMPO!
REGRESSO SEMPRE AO LUGAR
EM QUE DESCIAS
COMIGO
A RAMPA DO SILENCIO
HÀ QUE MORRER MATANDO
SE COMPRAZ
O LENTO RESPIRAR DA PAZ
NO PENSAMENTO
SÒ FALTA ADIVINHAR
COMO PARAR
O TEMPO!
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
"A Festa"
Neste silêncio arrabaldado e frio
Onde numa chuvada se acoitou
O céu ficou vazio
Mas continuou...
Entre as paredes deste lar cativo
Nem uma voz se escuta,
Paira o sentido da vida
Numa luta, que se afigura, extreme
Na hora de seguir, prendendo o leme.
Lá fora, o povo tenta seduzir
O tempo, que lhe oferece diversão
Em breve vão luzir
Engalanadas ruas de ilusão!
Há muita mocidade
Jóvens ainda, conscientes disso
Procurando usar a sua idade
Prestando-se ao serviço de gozar
Sua frescura, alegria e viço...
Triste gozo, que, em claras gargalhadas
Nos dão a sensação de "de ja vue"
Já nós fomos assim, ovelhas tresmalhadas
De coração incerto e sentimento cru
É festa uma semana, muito pouco
Esquecem-se agruras em que mergulharam
Aqueles, que, como nós, num grito rouco
Lembramos outras festas que passaram
Tudo vai terminar
Sem luzeiros, farturas, variedade
Ficará a cidade a dormitar
Nos braços de quem sabe o que é saudade!!!
Onde numa chuvada se acoitou
O céu ficou vazio
Mas continuou...
Entre as paredes deste lar cativo
Nem uma voz se escuta,
Paira o sentido da vida
Numa luta, que se afigura, extreme
Na hora de seguir, prendendo o leme.
Lá fora, o povo tenta seduzir
O tempo, que lhe oferece diversão
Em breve vão luzir
Engalanadas ruas de ilusão!
Há muita mocidade
Jóvens ainda, conscientes disso
Procurando usar a sua idade
Prestando-se ao serviço de gozar
Sua frescura, alegria e viço...
Triste gozo, que, em claras gargalhadas
Nos dão a sensação de "de ja vue"
Já nós fomos assim, ovelhas tresmalhadas
De coração incerto e sentimento cru
É festa uma semana, muito pouco
Esquecem-se agruras em que mergulharam
Aqueles, que, como nós, num grito rouco
Lembramos outras festas que passaram
Tudo vai terminar
Sem luzeiros, farturas, variedade
Ficará a cidade a dormitar
Nos braços de quem sabe o que é saudade!!!
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
A Maldita
Era tão esperto
Toninho Toninho
O filho sózinho
De uns Pais já de idade
Criado nos campos
Tal qual um potrinho,
Nunca imaginou
Viver na cidade...
Mas o Pai faltou
E a Mãe se mudou
Por necessidade
Arranjou emprego
Como office boy
Depressa ficou
Rapaz a valer
Ajudava a Mãe
Dando-lhe o sossego
De o ver trabalhar
Crescendo a aprender!
Mas, um triste dia
Daqueles que estão
Guardados no ar
Arranjou um amigo
Cuja companhia
Quis aproveitar...
Toninho Toninho
Tornou-se um drogado
Perdendo a graça
De jovem dotado
A Mãe já cansada
Nada mais fazia
E ia morrendo
Um pouco por dia...
Perto do Natal
Não voltou para casa
Aparecendo morto
Numa vala rasa
Longe da cidade
E a pobre senhora
De olhar absorto
Morava à janela
Da sua saudade...
Toninho Toninho
Brincaria agora
Nos prados floridos
Da terra que fora
O seu paraiso...
Perdeu-se na vida
Por não ter juizo
Tão bem que ele ia!
É sempre preciso
Escolher companhia
Que não traga a morte
Na sua bagagem
A droga é miragem
A droga é loucura...
A Mãe do Toninho
Morreu de amargura...
Toninho Toninho
O filho sózinho
De uns Pais já de idade
Criado nos campos
Tal qual um potrinho,
Nunca imaginou
Viver na cidade...
Mas o Pai faltou
E a Mãe se mudou
Por necessidade
Arranjou emprego
Como office boy
Depressa ficou
Rapaz a valer
Ajudava a Mãe
Dando-lhe o sossego
De o ver trabalhar
Crescendo a aprender!
Mas, um triste dia
Daqueles que estão
Guardados no ar
Arranjou um amigo
Cuja companhia
Quis aproveitar...
Toninho Toninho
Tornou-se um drogado
Perdendo a graça
De jovem dotado
A Mãe já cansada
Nada mais fazia
E ia morrendo
Um pouco por dia...
Perto do Natal
Não voltou para casa
Aparecendo morto
Numa vala rasa
Longe da cidade
E a pobre senhora
De olhar absorto
Morava à janela
Da sua saudade...
Toninho Toninho
Brincaria agora
Nos prados floridos
Da terra que fora
O seu paraiso...
Perdeu-se na vida
Por não ter juizo
Tão bem que ele ia!
É sempre preciso
Escolher companhia
Que não traga a morte
Na sua bagagem
A droga é miragem
A droga é loucura...
A Mãe do Toninho
Morreu de amargura...
quinta-feira, 25 de julho de 2013
DA MENTIRA
DE UM BALÂO FEZ UMA ESTRELA
QUE SE ESPATIFOU NO AR
ENGANOU A QUEM ; AO VE_LA
... PENSOU QUE IRIA BRILHAR:::
VAI TER QUE APANHAR PEDAÇOS
QUE JAZEM; PODRES; NO CHÂO
AS MENTIRAS SÂO ABRAÇOS
QUE ESCONDEM A ESCURIDÂO
ENGANOU A QUEM QUERIA
COMPARTILHAR SEUS ANSEIOS
ALGUEM QUE NADA PEDIA
E ACEITAVA OS DEVANEIOS
PODERIA SER AMOR
AQUELE QUE NUNCA SENTIU
QUE ENVOLVERIA EM CALOR
O TEMPO QUE LHE FUGIU....
NAO TINHA QUE SER,NAO TINHA
MENTIU SEM NUNCA HESITAR
QUEM NASCE ERVA DANINHA
SO SERVE PARA QUEIMAR.....
QUE SE ESPATIFOU NO AR
ENGANOU A QUEM ; AO VE_LA
... PENSOU QUE IRIA BRILHAR:::
VAI TER QUE APANHAR PEDAÇOS
QUE JAZEM; PODRES; NO CHÂO
AS MENTIRAS SÂO ABRAÇOS
QUE ESCONDEM A ESCURIDÂO
ENGANOU A QUEM QUERIA
COMPARTILHAR SEUS ANSEIOS
ALGUEM QUE NADA PEDIA
E ACEITAVA OS DEVANEIOS
PODERIA SER AMOR
AQUELE QUE NUNCA SENTIU
QUE ENVOLVERIA EM CALOR
O TEMPO QUE LHE FUGIU....
NAO TINHA QUE SER,NAO TINHA
MENTIU SEM NUNCA HESITAR
QUEM NASCE ERVA DANINHA
SO SERVE PARA QUEIMAR.....
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